quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Bombeiros e professores: a incompreensão da invisibilidade

 


Bombeiros e professores, vozes que não se ouvem, ofícios imprescindíveis. Como imaginar, aos modos de Ivan Illich, uma sociedade sem escolas e espaços urbanos sem o serviço dos bombeiros? Como conceber uma sociedade onde inexistem professores e bombeiros?Ambos, em suas especificidades, são importantes na medida em que traduzem um sentido de segurança às pessoas, de alguma certeza de que ainda é possível a convivência e a sobrevivência num mundo tão sedento de sentidos. Professores e bombeiros carregam consigo o símbolo do cuidado, da aposta na vida humana, no amparo às pessoas. Corpos que são salvos de dores, de aniquilamento. Almas que evitam o resfriado pelo cultivo de saberes. Profissões que deviam ser reverenciadas por qualquer dirigente, valorizadas e respeitadas pela diferença que fazem no bem-viver comunitário. No entanto, cenários atuais(ou de sempre) apontam o descaso e um tratamento ignóbil a estes dois segmentos preciosos de nossa sociedade. Algo está de cabeça prá baixo, algo está fora de lugar. Será nosso juízo? Será a inversão de valores que esfrega estranhamentos em nós? Serão o exercício de poder e as picuinhas políticas que encobrem posturas ainda ditatoriais no país? Como professora e como cidadã registro aqui minha indignação à forma como a sociedade(e somos todos nós!) (des)cuida de profissionais raros, imprescindíveis. Profissionais que merecem um salário suficiente para continuarem sua missão de segurança e amparo aos milhões de outros cidadãos. Que sejam respeitados, que sejam ouvidos, que sejam valorizados!

Caneta e papel: por que?

 

Como dispensar caneta e papel, o pegar a caneta, entrelaçar os dedos, apoiar o pulso no apoio do papel....Traçar as letras, repetí-las e traçá-las uniformemente(ou não!). Escrever na linha, inconsciente calcular os espaços, colocar um ritmo, parar o movimento quando o pensar parece escapar. Reler o escrito e perceber que a mão corre mais que a palavra pretendida, engolir as letras, forçar a ponta e marcar o avesso do papel.

E o rabisco? Trocar uma palavra por outra, rasurando aquele pedaço. Ou simplesmente passar um traço em cima da palavra equivocada, mas deixando ali a sua marca para que saibam o que havia escapado pelos dedos.

E a caligrafia, não mais importa? Aprender os traços de cada letra, dominar o movimento preciso para se fazer um “a”ou um “s”. Escrever com a preocupação de ser entendido, lido e decifrado. Não mais se terá uma marca nesses traçados que nos fazem ser únicos pela letra traçada?

Pela perplexidade que me causou a notícia, devo estar ficando anacrônica, num tempo outro que não combina com essas manchetes. Reagi menos como professora e mais como uma apaixonada por letras, inclinações e traços.

Fico pensando que então, se as crianças de hoje não mais aprenderão a escrever usando papel e caneta, não saberão, mais tarde, o sabor dos bilhetes trocados com o amado que poderiam até dispensar a assinatura, porque a própria letra já seria a própria alcunha. Não mais reconhecerão o outro pela letra. Engraçado, sempre senti necessidade de conhecer a letra das pessoas. É uma maneira de apreendê-las um pouco mais. E agora, como será?

Breve início....

 Só se faz e pensa Educação quem busca o encantamento. A DuoSaber aposta numa educação talhada e retalhada nos significados, nas possibilidades de tornar o processo de gentificação, um processo primeiro de apoiar, fortalecer e valorizar a ação docente. É a docência o nosso foco, a nossa aposta, a esperança necessária à qualidade da Educação.

Entre esquinas e pensares

 Nas esquinas que viramos e em outras que paramos, temos a mudança de paisagem, o colorido que se modifica, a história que continua. Nestas esquinas, vamos sendo instigados/as aos novos contornos, acelerando os passos ou desacelerando o olhar. A DuoSaber se propõe a prosear sobre estas esquinas e o que elas provocam na Educação, na escola, nos currículos, nas perspectivas docentes. Entre nesta prosa, dobre a esquina, deixe-se indagar por ela. E vamos pensar juntos/as!

Professoralidade a partir de minha experiência na Educação

  Compartilho impressões, sentimentos e significados do caminho que construí como professora. Não deve ser diferente de tantos e tantas na d...