quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Bombeiros e professores: a incompreensão da invisibilidade

 


Bombeiros e professores, vozes que não se ouvem, ofícios imprescindíveis. Como imaginar, aos modos de Ivan Illich, uma sociedade sem escolas e espaços urbanos sem o serviço dos bombeiros? Como conceber uma sociedade onde inexistem professores e bombeiros?Ambos, em suas especificidades, são importantes na medida em que traduzem um sentido de segurança às pessoas, de alguma certeza de que ainda é possível a convivência e a sobrevivência num mundo tão sedento de sentidos. Professores e bombeiros carregam consigo o símbolo do cuidado, da aposta na vida humana, no amparo às pessoas. Corpos que são salvos de dores, de aniquilamento. Almas que evitam o resfriado pelo cultivo de saberes. Profissões que deviam ser reverenciadas por qualquer dirigente, valorizadas e respeitadas pela diferença que fazem no bem-viver comunitário. No entanto, cenários atuais(ou de sempre) apontam o descaso e um tratamento ignóbil a estes dois segmentos preciosos de nossa sociedade. Algo está de cabeça prá baixo, algo está fora de lugar. Será nosso juízo? Será a inversão de valores que esfrega estranhamentos em nós? Serão o exercício de poder e as picuinhas políticas que encobrem posturas ainda ditatoriais no país? Como professora e como cidadã registro aqui minha indignação à forma como a sociedade(e somos todos nós!) (des)cuida de profissionais raros, imprescindíveis. Profissionais que merecem um salário suficiente para continuarem sua missão de segurança e amparo aos milhões de outros cidadãos. Que sejam respeitados, que sejam ouvidos, que sejam valorizados!

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